Marcelo Rebelo de Sousa: a vitória dos media
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A vitória de Marcelo Rebelo de Sousa representa, para quem ainda tinha dúvidas, a vitória dos media.
Os media, na posse de importantes grupos multinacionais, influenciam o nosso voto, a tal ponto que moldam a nossa forma de pensar deturpando a realidade.
Quando votamos, votamos sem qualquer base racional ou ideológica, mas apenas por sensações sugeridas num candidato bom para nós, apresentado como qualquer produto de consumo.
Os media, com a televisão em destaque, aniquilam qualquer veleidade de pensamento próprio. Aderimos a um objecto televisivo como também aderimos a qualquer político sem nenhum pensamento crítico.
Longe vão os tempos em que se discutia ideologia, utópica ou não, em relação a orientações políticas diferentes. Actualmente somos avassalados por imagens construídas pelos media protagonizados por verdadeiros actores, moldados nas suas maneiras de actuar pelos que verdadeiramente mexem os cordelinhos e em que os políticos são actores descartáveis.
O poder dos Estados nações foi progressivamente transferido para entidades abstratas em nome de um bem comum como a ONU, a União Europeia e outras, mas nas quais impera o lucro das multinacionais que dominam esses mesmos órgãos e que, por sua vez, dominam os países, dado que controlam entre outras coisas os media.
Esta eleição presidencial em Portugal é prova disso. Apesar de cada um pensar que elegeu o presidente que pensa ser a melhor escolha, elegeu o presidente proposto e fabricado pelos media.
Este é um presidente espectáculo ao serviço do pensamento dominante "em que o espectáculo é a parte principal do tempo vivido no exterior da produção" (Guy Debord)