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PT -- FULL SPECTRUM DOMINANCE - Capítulo Dois - Parte 2

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ou
  DOMÍNIO DA UNIVERSALIDADE

CAPÍTULO DOIS - Parte 1


CAPÍTULO DOIS -- Parte 2

Começa Uma Nova Guerra Fria Devido ao Petróleo

Após a ocupação fracassada do Iraque, em 2003, o “tabuleiro do xadrez” geopolítico de Brzezinski apresentou uma série de desafios para os EUA: a dúvida de lançar ou não, a guerra contra o Irão; a questão da Geórgia e do oleoduto Baku-Tbilisi-Ceyhan; o dilema do aparecimento da China como uma superpotência económica global. Todos estes assuntos estavam ligados ao tema da geopolítica. O futuro dos Estados Unidos como superpotência única estava intimamente ligado à sua capacidade de controlar os fluxos globais de petróleo e de gás, que constituíam o sistema arterial da economia moderna. Essa foi a verdadeira razão para a invasão do Afeganistão, para a ocupação violenta do Iraque, para a guerra do Kosovo, em 1999, para a ameaça do uso da força militar contra o Irão e para os esforços de Washington em derrubar Hugo Chavez, na Venezuela.

A Rússia, após quase uma década de devastação económica e insolvência da dívida do Estado, em 1998, começou a erguer-se como uma economia funcional sob a presidência de Vladimir Putin. 

As exportações de petróleo e de gás da Rússia beneficiaram de um mercado mundial cujos preços da energia aumentaram significativamente após a invasão do Iraque, em 2003. O aumento das receitas permitiu à Rússia pagar os seus empréstimos ao FMI.

Ao começar, na primeira década do milénio, a nova Rússia estava a adquirir influência, não através das armas, mas por movimentos estratégicos, usando os seus activos geopolíticos de energia – o petróleo e o gás natural. Os dirigentes russos, durante a presidência de Putin, perceberam que, se não agissem de forma decisiva, a Rússia, em breve, seria cercada e confinada por um rival militar, os EUA.

Entretanto, a China, não poderia manifestar-se claramente com potência global verdadeiramente independente nas próximas décadas, a não ser que pudesse resolver duas vulnerabilidades estratégicas – a sua dependência crescente das importações de energia para o seu crescimento económico e a sua incapacidade de representar uma dissuasão nuclear a um ‘first strike’ nuclear dos EUA.

A Rússia era a única potência com um potencial estratégico considerável de dissuasão nuclear, bem como com reservas de energia suficientes, para ser um contrapeso credível à superioridade militar e política global dos EUA. Além do mais, uma combinação euro-asiática da China e da Rússia, juntamente com os Estados euroasiáticos aliados, representava um contrapeso ainda maior ao domínio unilateral dos EUA. Após a crise asiática de 1998, Pequim e Moscovo estabeleceram um acordo de segurança mútua com os Estados vizinhos, Cazaquistão e Tajiquistão. Em 2001, o Uzbequistão juntou-se e o grupo intitulou-se Organização de Cooperação de Xangai.

A Nova Geopolítica do Petróleo de Washington

Desde o momento em que a Administração Bush-Cheney tomou posse, em Janeiro de 2001, o controlo dos principais campos de petróleo e gás natural do mundo foi a prioridade principal, embora não declarada, da política externa dos EUA. A batalha foi pelas paradas mais altas. Na sua busca pelo domínio global, pela Nova Ordem Mundial, as elites do poder de Washington estavam determinadas a desmantelar a Rússia como potência em funcionamento. Tornou-se, cada vez mais claro que, não só a invasão do Iraque, como também a destruição dos Taliban no Afeganistão, não tinha nada a ver com a “democracia” e tudo a ver com o controlo dos oleoductos em toda a Ásia Central e com a militarização do Médio Oriente. (53)


Depois de 1999, os Estados Unidos, que já mantêm entre 600 e 800 bases militares em todo o mundo, construíram ainda mais bases que variam geograficamente de Camp Bondsteel no Kosovo, até  São Tomé e Príncipe, ao largo da costa da África Ocidental.Tentaram uma “mudança de regime” do presidente democraticamente eleito da Venezuela, rica em petróleo, enquanto se proclamavam, desavergonhadamente, os defensorores da democracia. E os EUA pressionaram imenso as nervosas Alemanha e  França, para que a pequena, mas estratégica, República da Geórgia, entrasse na NATO, a fim de assegurar o fluxo do petróleo de Baku, para o Mediterrâneo.

O próprio Presidente George W. Bush fez uma viagem a Tbilisi, em 10 de Maio de 2005, para se dirigir a uma multidão na Praça da Liberdade, a fim de promover a campanha de “guerra à tirania” de Washington, para essa região. Elogiou as “revoluções coloridas” em curso, apoiadas pelos EUA, da Ucrânia à Geórgia, atacando oportunisticamente a divisão da Europa, concretizada em Yalta por Roosevelt, em 1945. Nessa ocasião, Bush proferiu uma declaração curiosa:

“Não vamos repetir os erros de outras gerações, apaziguar ou desculpar a tirania e sacrificar a liberdade, na procura inútil, de estabilidade”, disse o Presidente. “Aprendemos a lição; não se pode dispensar a liberdade de ninguém. A longo prazo, a nossa segurança e estabilidade dependem da liberdade dos outros. . . Agora, através do Cáucaso, na Ásia Central e no Médio Oriente, vemos o mesmo desejo de liberdade a queimar os corações dos jovens. Eles estão a exigir a sua liberdade - e tê-la-ão. (54)

As observações de Bush foram calculadas para estimular a chama de novas desestabilizações de regime em toda a Eurásia, onde agora, a National Endowment for Democracy (NED) e as ONGs relacionadas com essa instituição, coordenavam, acusações de violações de “direitos humanos” em toda a região. (55)

A Estratégia da Energia deCheney

A presidência Bush-Cheney foi, desde o início, baseada num acordo claro entre as várias facções do ‘establishment’ energético dos EUA. Esse consenso foi de que a política externa dos EUA deveria ter como objectivo garantir o que o Pentágono denominou como“Domínio do Espectro Total”.

Os estrategas do Domínio do Espectro Total imaginaram o controlo de praticamente todo o Universo, incluindo o domínio do Espaço exterior e do interior, desde e poder absoluto sobre a galáxia até ao controlo total da mente. O controlo da energia, em especial dos recursos mundiais do petróleo e do gás, pelos quatro gigantes petrolíferos privados anglo-americanos - ChevronTexaco, ExxonMobil, BP e Royal Dutch Shell - foi a viga mestra da sua estratégia global.

A Administração Bush concretizou a decisão do ‘establishment’ americano de que os EUA precisavam de uma mudança drástica na sua política externa - de uma apropriação extremamente agressiva dos recursos petrolíferos mundiais - para que os EUA continuassem a controlar o crescimento económico mundial e evitar o aparecimento de grupos económicos rivais, especialmente a China.

Ficou claro, nos círculos políticos de Washington que, para controlar os fluxos globais de petróleo e de gás, os Estados Unidos precisavam de projectar o seu poder militar de uma maneira muito mais agressiva, para alcançar uma supremacia militar total que,de facto, era aquilo a que o ‘Domínio do Espectro Total’ dizia respeito.

Dick Cheney era a pessoa ideal para unir as políticas militares e energéticas dos EUA numa estratégia coerente de domínio. Durante o início dos anos 1990, Cheney foi Secretário da Defesa de Bush Sr., e quando Cheney deixou o Governo, em 1993, tornou-se CEO da Halliburton Corporation (anteriormente sediada no Texas e agora baseada no Dubai, para evitar o pagamento de impostos). A Halliburton era a maior empresa de serviços de petróleo e de gás do mundo. Ao mesmo tempo, através da sua subsidiária Kellogg, Brown & Root, era o maior construtor de instalações militares do Pentágono, bem como de prisões. O governo Bush-Cheney era uma fusão dos interesses e dos donos do complexo militar-industrial e do Big Oil.

 ‘Onde, Fundamentalmente, o Prémio Reside’

Em Setembro de 1999, pouco mais de um ano antes de se tornar o mais poderoso Vice Presidente da História dos Estados Unidos, Cheney proferiu um discurso revelador no London Institute of Petroleum. Revendo as perspectivas para o Big Oil, Cheney fez o seguinte comentário:

Segundo algumas estimativas, nos próximos anos, haverá uma média de crescimento anual de dois por cento na procura global de petróleo juntamente com um declínio natural de 3% na produção das reservas existentes. Significa que, até 2010, precisaremos cerca de mais cinquenta milhões de barris por dia. Então, de onde virá o petróleo? Os governos e as empresas nacionais de petróleo controlam, obviamente, cerca de noventa por cento dos activos. Fundamentalmente, o petróleo continua a ser um negócio do governo. Se bem que muitas regiões do mundo ofereçam grandes oportunidades de petróleo, o Médio Oriente, com dois terços do petróleo mundial e com o preço mais baixo, ainda é o local onde o prémio reside. . . (55)

Cheney calculou que o mundo devia chegar ao número impressionante de 50 milhões de novos barris de petróleo por dia até 2010 - 50% do total da produção mundial de 2008, o equivalente a cinco novas Arábias Sauditas.

O segundo ponto do discurso de Cheney, em Londres, foi a sua declaração de que “o Médio Oriente... ainda é o local onde o prémio reside.” No entanto, observou, o “prémio” do petróleo do Médio Oriente estava nacionalizado ou nas mãos do governo, não estava aberto a ser explorado pelo mercado privado. Ainda.

Cheney, descobriu-se, também fazia parte de um poderoso grupo determinado a tirar o petróleo do Médio Oriente das mãos do Estado. Na época do seu discurso em Londres, em 1999, era membro de um ‘think tank’ extremamente influente, o Projecto para o Novo Século Americano (PNAC). Um grupo dentro do PNAC, incluía Donald Rumsfeld, Paul Wolfowitz e outros que entraram para a Administração Bush, publicou um documento político, em 2000, intitulado “Reconstruir as Defesas da América”.

Cheney aprovou totalmente o artigo do PNAC, que defendia a doutrina da guerra preventiva e pedia ao novo Presidente dos Estados Unidos que encontrasse um pretexto para declarar guerra ao Iraque, a fim de ocupá-lo e assumir o controlo directo da segunda maior reserva de petróleo do Médio Oriente.(56) O relatório do PNAC afirmava sem rodeios: “A necessidade de uma presença enorme da força americana no Golfo transcende a questão do regime de Saddam Hussein. . . . ”(57)

Era o que Cheney havia aludido no seu discurso de 1999, em Londres. O problema, como Cheney o via, era que as vastas reservas inexploradas de petróleo do Médio Oriente estavam, em grande parte, sob o controlo do governo local e não, em mãos privadas. A ocupação militar do Iraque foi o primeiro grande passo, nesta estratégia dos Estados Unidos, para levar o petróleo para mãos privadas seleccionadas, para as mãos do Big Oil anglo-americano.

No entanto, embora o controlo militar dos EUA sobre os vastos recursos petrolíferos do Golfo Pérsico fosse necessário para a agenda de Domínio do Espectro Total do Pentágono - domínio incontestado de todo o planeta - não era satisfatório. Enquanto a Rússia permanecesse um agente livre e ainda não estivesse sob o controlo autoritário da superioridade militar dos EUA, o controlo da Eurásia pelos EUA continuaria a ser impossível. O desmembramento total ou a desmantelamento do arsenal nuclear remanescente da Rússia e o controlo dos vastos recursos de petróleo e de gás da Rússia continuaram a ser a prioridade estratégica de Washington.

A Destruição da Rússia: O ‘Prémio Imprescindível’ 

Por razões militares e políticas óbvias, Washington não podia admitir abertamente que, desde a queda da União Soviética, em 1991, o seu objectivo estratégico era desmembrar ou desmantelar a Rússia, ganhando assim, o controlo efectivo sobre os seus enormes recursos de petróleo e gás.

No entanto, o urso russo ainda tinha meios militares formidáveis, embora um pouco arruinados, e ainda tinha dentes nucleares.

A partir de meados da década de 1990, Washington iniciou um processo deliberado de encaminhar antigos Estados soviéticos satélites não só para a União Europeia, mas também para uma NATO, dominada por Washington. Em 2004, a Polónia, a República Checa, a Hungria, a Estónia, a Letónia, a Lituânia, a Bulgária, a Roménia, a Eslováquia e a Eslovénia estavam todas na NATO e a República da Geórgia estava a ser preparada para participar.

A disseminação da NATO no perímetro imediato da Rússia foi um dos principais objectivos dos membros do PNAC. Desde 1996, Bruce Jackson, membro do PNAC e compadre de Cheney, Vice Presidente de Estratégia e Planeamento do gigante da Defesa dos EUA, a Lockheed Martin Corporation, dirigiu a Comissão dos EUA sobre a NATO, um poderoso lobby de Washington. Ele fundou o “Project for Transitional Democracies” que se destinava, especificamente, a encaminhar as antigas repúblicas soviéticas para a NATO.

O cerco da NATO à Rússia, as Revoluções Coloridas na Eurásia e a guerra no Iraque. foram aspectos de uma única e mesma estratégia geopolítica americana: uma grande estratégia para destruir a Rússia de uma vez por todas, como rival potencial da única Superpotência hegemónica, os Estados Unidos da América.

No entanto, o fim da era de Yeltsin, causou uma ligeira quebra nos planos grandiosos de Washington. Após a pilhagem da Rússia, orientada pelo FMI através de uma combinação de bancos ocidentais e oligarcas russos corruptos, Putin, sóbrio e inteligente, surgiu cautelosamente, como uma força nacionalista dinâmica, comprometida com a reconstrução da Rússia.

Ao mesmo tempo, a produção de petróleo russo tinha aumentando firmemente desde o colapso da União Soviética, a ponto de, na época da invasão do Iraque, em 2003, a Rússia ser o segundo maior produtor de petróleo do mundo, atrás da Arábia Saudita.

O verdadeiro significado do caso Yukos

Um acontecimento decisivo na geopolítica da energia russa ocorreu em 2003. Logo que Washington declarou a sua intenção de militarizar o Iraque e o Médio Oriente, não obstante os protestos mundiais ou o Direito Internacional, Putin ordenou a espectacular prisão pública do oligarca bilionário russo Mikhail Khodorkovsky sob a acusação de evasão fiscal. Putin então surpreendeu os observadores ocidentais, ao congelar as acções do grupo gigante Yukos Oil, de Khodorkovsky, colocando-o sob controlo estatal.

Khodorkovsky foi preso quatro semanas antes de uma eleição decisiva na Duma russa, ou  câmara baixa. Alegava-se com segurança que Khodorkovsky, usando a sua fortuna enorme, tinha comprado os votos da maioria. O controlo da Duma foi o primeiro passo de Khodorkovsky num plano para concorrer contra Putin, no ano seguinte, como presidente. A vitória da Duma teria permitido que ele mudasse as leis eleitorais a seu favor, bem como alterar uma lei controversa que estava a ser elaborada na Duma, “A Lei dos Recursos Subterrâneos”. Essa lei impediria a Yukos Oil e outras empresas privadas de obter o controlo de matérias-primas subterrâneas, ou de desenvolver rotas de oleodutos privadas independentes dos gasodutos estatais da Rússia.(58)

Khodorkovsky havia violado a promessa que os oligarcas tinham feito a Putin - de que se eles se mantivessem fora da política russa e repatriassem uma parte do seu dinheiro roubado (na verdade, roubados ao Estado em licitações manipuladas, sob o governo de Yeltsin), seriam autorizados a manter os seus activos.

 A prisão de Khodorkovsky ocorreu pouco depois dos relatos de uma reunião não divulgada, em Washington, em Julho, entre Khodorkovsky e o Vice Presidente Dick Cheney. Após a reunião com Cheney, Khodorkovsky entabulou conversações com a ExxonMobil e a ChevronTexaco (antiga firma da Secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice) sobre a aquisição de uma participação nas acções da Yukos, até 40%. (59)

Por outras palavras, Khodorkovsky, o mais poderoso oligarca da época, estava, evidentemente, a servir de veículo para um ‘putsch’ contra Putin,  apoiado por Washington.

A participação de 40% na Yukos, da Rússia, teria dado a Washington, através dos gigantes do petróleo, dos EUA, o poder de veto de facto sobre futuros oleoductos e gasoductos russos e sobre acordos de petróleo. Poucos dias antes da sua prisão, em Outubro de 2003, Khodorkovsky tinha recebido George H.W. Bush, que tinha ido a Moscovo em nome do poderoso Carlyle Group, para discutir a compra da Yukos pelos EUA. Bush renunciou, discretamente,  à sua posição com a Carlyle, logo após a prisão de Khodorkovsky e do seu parceiro, Platon Lebedev, presidente do Grupo Menatep. (60)

Khodorkovsky também actuou como consultor de energia do mesmo Washington Carlyle Group, cujos sócios incluíam o antigo Secretário da Defesa dos EUA, Frank Carlucci, e o antigo Secretário de Estado dos EUA, James Baker III.(61) Carlyle era conhecida como uma firma de poder, em Washington, por um bom motivo.

Na época da prisão de Khodorkovsky, a Yukos tinha acabado de iniciar as etapas para adquirir a Sibneft, um dos maiores grupos russos, de produção e de refinaria de petróleo. A empresa combinada Yukos-Sibneft, com 19,5 biliões de barris de petróleo e gás, teria então a segunda maior reserva de petróleo e gás do mundo depois da ExxonMobil. A compra da Yukos Sibneft pela Exxon ou pela Chevron teria sido, literalmente, um golpe de Estado através da energia. Cheney, Bush e Khodorkovsky sabiam-no. Sobretudo, Vladimir Putin sabia-o e apressou-se decisivamente a bloqueá-lo.

A prisão de Khodorkovsky sinalizou a reviravolta decisiva do governo de Putin para a reconstrução da Rússia e para a construção de defesas estratégicas.Ocorreu no contexto da captura descarada do Iraque, pelos EUA, em 2003. A decisão ousada de Putin também aconteceu em menos de dois anos, após o governo Bush anunciar que os EUA estavam a revogar unilateralmente as suas obrigações com a Rússia sobre o Tratado ABM, a fim de avançar com o desenvolvimento de novos mísseis dos EUA. Esta medida foi percebida em Moscovo, como um acto claramente hostil contra a sua segurança.

Em 2003, foi preciso pouca perspicácia militar estratégica para perceber que os falcões do Pentágono e os seus aliados na indústria de armamentos e no Big Oil, tinham uma visão dos Estados Unidos livres de acordos internacionais e agindo unilateralmente, de acordo com os seus próprios interesses, como definido, evidentemente, pelo PNAC neoconservador. Os acontecimentos na Rússia foram logo seguidos por desestabilizações encobertas, na Eurásia, financiadas por Washington - as Revoluções Coloridas contra os governos na periferia da Rússia.

No final de 2004, era explícito para Moscovo que uma nova Guerra Fria - sobre o controlo estratégico da energia e sobre a superioridade nuclear unilateral - estava a aproximar-se.

Depois de 2003, a política externa russa, especialmente a política energética, reverteu para os axiomas da geopolítica da "Heartland", como foi definida por Sir Halford Mackinder, política que havia sido a base da estratégia anterior da Guerra Fria soviética, desde 1946.

Putin começou a fazer uma série de medidas defensivas para restaurar uma forma de equilíbrio sustentável diante da política cada vez mais óbvia de Washington de cercar e enfraquecer a Rússia. Erros estratégicos posteriores dos EUA tornaram o trabalho um pouco mais fácil para a Rússia. Agora, com as fasquias a subir em ambos os lados - NATO e Rússia - a Rússia de Putin passou da estratégia da defesa simples para uma nova ofensiva dinâmica destinada a garantir uma posição geopolítica mais viável, usando a sua energia como alavanca.

A seguir:

CAPÍTULO DOIS -- Parte 3

Geopolitica Russa da Energia

Tradutora: Maria Luísa de Vasconcellos
Email: luisavasconcellos2012@gmail.com


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