A Central de Propaganda da América vai arrecadar dinheiro em grande
Coluna: Politica
Região: EUA no mundo
Como exemplo do que é mencionado neste artigo, por favor vejam o vídeo difundido em Portugal, pela RTP3, às 11:10 locais, em 23:07:2017.Este programa de propaganda dos EUA, é difundido regularmente todos os domingos.
A versão apresentada, legendada em português pode ser vista em
Recentemente, a agitação política juntamente com a pressão económica dirigida contra potenciais adversários, tornou-se na ferramenta escolhida pela política externa de Washington. Assim, os EUA transformaram o mundo noutro campo de batalha, onde um alvo gigante está pintado sobre a Rússia e sobre os seus aliados.
O Oriente costumava envolver-se em guerras de propaganda, presentemente, elas são uma grande tendência no Ocidente! O é pior é que a maioria das declarações de propaganda anti-russa não tem fundamento e é estranho, porque parece ter sido pirateada do livro de jogos, dos truques de propaganda anti-americanos, que os chamados "regimes comunistas criminosos" empregariam contra Washington nos dias da Guerra Fria. Ao mesmo tempo, os propagandistas anti-russos ainda não apresentaram uma única alegação que esteja legalmente justificada, contra a Rússia.
Foi-nos dito que, enquanto Trump ainda defende Putin em público, os legisladores americanos estão a bombear, silenciosamente, dezenas de milhões de dólares para uma nova iniciativa de propaganda. O Daily Beast relata que o governo dos Estados Unidos está a gastar dezenas de milhões de dólares para assaltar Vladimir Putin e o estado que ele dirige, uma ocorrência que escapou, por lapso, dos milhares de páginas do projecto de lei da política de defesa anual, aprovado pelo Congresso.
Uma iniciativa bipartidária liderada pelos senadores Rob Portman e Chris Murphy autorizou 160 milhões de dólares, ao longo de dois anos, para lutar contra os actores dos Estados, através de um gabinete de uma agência pouco conhecida, localizada no Departamento de Estado e denominada Global Engagement Center GEC (Centro de Confrontação Global).
A fonte da comunicação mediática diria que a legislação das sanções anti-russas que está a ser adoptada, está a expandi-la ainda mais, estabelecendo mais 100 milhões de dólares para o GEC e outros, a fim de apoiar o “jornalismo objectivo em língua russa” e a pesquisa de apoio sobre os efeitos da guerra da informação.
A agência de propaganda estatal dos Estados Unidos, oBroadcasting Board of Governors (BBG) = Conselho de Governadores da Radiodifusão, divulgou um relatório sobre o alcance das actividades do ano passado. Vale a pena destacar que, na capa deste artigo, pode ver-se a imagem da Catedral de São Basílio. O Abençoado, que está localizado em Moscovo, demonstra claramente as prioridades em curso do BBG, que se envolveu na guerra da informação, através de várias transmissões organizadas fora do território dos EUA. O relatório deve ser examinado pelo Presidente dos EUA e pelo Congresso.
O relatório afirma que, em 2016, a agência cooperou com todo o tipo de investigadores, directores e jornalistas para promover a política externa dos EUA e os interesses da segurança nacional “através do jornalismo independente”.
O público, alvo desses casos de "jornalismo independente", pode ser encontrado na Rússia, em todo o espaço pós-soviético, na China, no Irão, em Cuba, e numa série de outras regiões. O BBG transmitiu os seus manifestos de propaganda nas línguas nacionais dos países em que operou, além de agregar programas nas línguas das minorias nacionais que vivem nas regiões acima mencionadas. No final de 2016, o número total de funcionários da BBG atingiu 2.940.
Em meados de Junho, o Bureau of Democracy, Human Rights and Labor = Departamento da Democracia, Direitos Humanos e Trabalho divulgou um concurso que requeria que os concorrentes apresentassem a esse Departamento, capacidades consideráveis para elaborar a "cobertura da comunicação mediática independente e objectiva" nos Estados Bálticos, a fim de promover os "valores da democracia e dos direitos humanos" e as guerras de informação salarial.
De acordo com as condições do concurso, enfatizava-se que a comunicação mediática devia criar conteúdos competitivos modernos no desenvolvimento de plataformas digitais, se bem que o alvo fosse o público de língua russa desses Estados. O concurso forneceria à agência que oferecesse os melhores resultados, um montante que variava de 1,5 milhão a 3 milhões de dólares, no entanto, essa agência seria forçada a coordenar as suas actividades com as embaixadas dos EUA nos Países Bálticos. Mais ainda, a agência que ganhasse a concessão devia ser registada na Agência de Manutenção e Compras da NSPA - NATO.
De acordo com as condições do concurso, enfatizava-se que a comunicação mediática devia criar conteúdos competitivos modernos no desenvolvimento de plataformas digitais, se bem que o alvo fosse o público de língua russa desses Estados. O concurso forneceria à agência que oferecesse os melhores resultados, um montante que variava de 1,5 milhão a 3 milhões de dólares, no entanto, essa agência seria forçada a coordenar as suas actividades com as embaixadas dos EUA nos Países Bálticos. Mais ainda, a agência que ganhasse a concessão devia ser registada na Agência de Manutenção e Compras da NSPA - NATO.
No mês passado,foi divulgado que o BBG = Conselho de Governadores da Radiodifusão mantém o controlo de estações de propaganda como a Radio Liberty e a Voice of America, exigiu ao Congresso dos EUA que destinasse um total de 22 milhões de dólares para as suas operações, apesar ter vindo a diminuir o interesse público pelas estações acima mencionadas, devido a todos os tipos de declarações públicas infundadas que eles fizeram. No total, o mesmo Conselho exigiu que o Presidente dos Estados Unidos atribuísse mais de 685 milhões de dólares para as suas operações a efectuar em 2018. É curioso que Washington está a gastar quase tanto dinheiro na divulgação de propaganda na Rússia, como gasta em actividades semelhantes na China.
O objectivo da guerra da informação é apoderar-se do controlo sobre a consciência das pessoas em certas regiões do mundo.Essas acções podem ser combatidas pela promoção de uma sociedade verdadeiramente democrática, onde cada indivíduo compreende que essa liberdade vem de mãos dadas com o sentido de responsabilidade.
A resistência continuada de vários grupos civis nos EUA mostra que a guerra da informação não está perdida. A Democracia ainda é inseparável da liberdade, da pluralidade de opiniões e da confiabilidade da informação, e há todos os motivos para lutar por esses valores.
Grete Mautner é uma jornalista e pesquisadora independente da Alemanha, exclusivamente para a revista on-line "New Eastern Outlook".
Tradutora: Maria Luísa de Vasconcellos