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Vladimir Putin profere o seu discurso anual para a Assembleia Federal, em Moscovo -- 01:12:2016 --Tradução por etapas

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Vladimir Putin profere o seu discurso anual para a Assembleia Federal, em Moscovo

01:12:2016


Presidente da Rússia, Vladimir Putin:Boa tarde colegas, membros do Conselho da Federação, deputados da Duma Estatal, cidadãos da Rússia,
Hoje, como é habitual nestes encontros anuais, vou falar sobre as nossas tarefas a respeito da economia, do sector social, da política interna e externa. O discurso deste ano concentrar-se-á, particularmente, na economia, nos assuntos sociais e na política interna.
Temos de abordar todos estes vários assuntos, em condições complicadas e altamente pouco habituais, o que não é um acontecimento único, na nossa História. Mais uma vez, o povo da Rússia mostrou, de forma convincente, que pode enfrentar desafios difíceis, proteger e defender os seus interesses nacionais, a sua soberania e o seu rumo independente.
Colegas, já referi publicamente, noutras ocasiões, o que quero dizer hoje, mas deixem-mo dizer novamente, nesta ocasião.
O nosso povo uniu-se em torno de valores patrióticos. Vemos essa unidade e devemos agradecer-vos por ela. Uniram-se à volta desses valores, não porque todos estão felizes e não têm exigências. Pelo contrário, não há falta de problemas e de dificuldades. Mas as pessoas têm a percepção das suas causas e o que é mais importante ainda, estão confiantes de que juntos, podemos superar esses problemas. É esta disponibilidade para trabalhar a favor do nosso país e esta preocupação sincera e profunda pela Rússia, que formam o fundamento desta unidade que comprovamos.
Ao mesmo tempo, as pessoas anseiam por ter oportunidades amplas e iguais de desenvolvimento do seu potencial e transformar em realidade as suas iniciativas comerciais, criativas e civis. Elas almejam respeito pela sua pessoa, pelos seus direitos, liberdades e trabalho.
Os princípios de justiça, respeito e confiança são universais. Somos coerentes na defesa desses princípios no cenário internacional e, como vemos, com resultados. Mas temos de colocar o mesmo esforço para garantir esses princípios aqui, no nosso país, em relação a cada indivíduo e à sociedade como um todo.
O nosso povo considera muito a peito qualquer injustiça ou inexactidão. É uma característica intrínseca da nossa cultura em geral. A nossa sociedade rejeita categoricamente a arrogância, a presunção, a insolência e o egoísmo, não importa em quem os veja. O nosso povo atribui maior valor a qualidades como responsabilidade, altos padrões morais, preocupação com os interesses públicos, disponibilidade para escutar os outros e respeitar as suas opiniões.

Este facto reflectiu-se na campanha eleitoral que aconteceu este ano. Como sabem, na minha tomada de posse, em 2012,  apoiei a ideia de regressar a um modelo misto, em relação às eleições para a Duma do Estado. Foi um passo para ir de encontro às exigências da opinião pública.
Penso que o nosso rumo de desenvolvimento do sistema político, das instituições de democracia directa e de tornar as eleições mais competitivas é totalmente justificado e, certamente, irá continuar.
A Duma do Estado tem reforçado o seu papel como órgão representativo e, em geral, tem reforçado o poder legislativo da autoridade do governo. Temos de apoiá-la e confirmá-la, com acções concretas. Isto diz respeito a todas as forças políticas representadas no Parlamento.
Claro que o partido da Rússia Unida, tem uma responsabilidade especial, a este respeito. Aliás, neste momento, está a celebrar o seu 15 º aniversário. A Rússia Unida tem uma maioria constitucional na Duma do Estado e é o principal apoio do Governo, no Parlamento. Devemos organizar o trabalho em conjunto, de modo a assegurar que todas as promessas e compromissos assumidos em relação ao nosso povo, sejam cumpridos.
O nosso povo decidiu o resultado da campanha eleitoral e escolheu o caminho do desenvolvimento construtivo. Ele provou que vivemos numa sociedade saudável e confiante em  exigências legítimas e justas, que tem uma imunidade cada vez maior contra o populismo e contra a demagogia, e que valoriza muito a importância da solidariedade, da proximidade e da unidade.
De facto, não estou a mencionar nenhum tipo de dogmas ou uma unidade não existente e, claro que não estou a referir a imposição de uma visão do mundo em particular. Já passamos por todas essas etapas na nossa História e, como sabem, não temos nenhuma intenção de voltar ao passado.
Mas isto não significa que possamos manipular palavras eloquentes e usar a conversa da liberdade como uma capa para insultar os sentimentos e as tradições nacionais dos outros.
Alguns poder-se-ão considerar mais progressistas, mais inteligentes e espertos do que os outros, mas se for esse caso, respeitem os outros e será a tarefa natural a fazer.
Ao mesmo tempo, penso que, em contrapartida, é inaceitável assumir uma atitude agressiva, tanto mais se degenerar em vandalismo e violação da lei. As autoridades do Estado responderão com firmeza a tais casos.
Amanhã, o Conselho da Cultura vai reunir-se e discutiremos, certamente, essas questões que provocam ampla discussão e falaremos sobre os princípios de responsabilidade mútua dos representantes da sociedade civil e das figuras mundiais das artes.
Mas deixem-me salientar que, quer na cultura, na política, nos meios da comunicação mediática, na vida pública ou nos debates sobre questões económicas, ninguém pode proibir a liberdade de pensamento e a liberdade de expressar abertamente a sua posição.
Permitam-me que diga, uma vez mais que, quando falamos de solidariedade e unidade, o que queremos dizer é a consolidação consciente e natural do nosso povo, no interesse do desenvolvimento bem sucedido da Rússia.
Será possível alcançar grandes objectivos estratégicos numa sociedade fragmentada? Será possível determinar as nossas tarefas num Parlamento que, em vez de realizar um trabalho produtivo, emprega o seu tempo a deliberar sobre ambições competitivas e argumentos infrutíferos?
Será que podemos desenvolver-nos de maneira bem sucedida, tendo como base instável, um Estado fraco e um Governo apático, controlados a partir do estrangeiro e que já não têm a confiança do povo? A resposta é, claramente, não.

Presidential Address to the Federal Assembly.
Em anos recentes, constatamos um certo número de países onde este tipo de situação abriu caminho aos aventureiros, a golpes de Estado e, em última instância, à anarquia. Em toda a parte, o resultado é o mesmo: tragédias humanas e vítimas, degradação, ruína e desilusão.
É preocupante ver em todo o mundo, mesmo nos países aparentemente mais prósperos e nas regiões estáveis, que testemunhamos o aparecimento de um número, cada vez maior, de novas divisões e conflitos em termos políticos, étnicos, religiosos e sociais.
Tudo isto está a acontecer no contexto duma grave crise migratória que os países da Europa e de outras regiões, enfrentam hoje. Sabemos bem as consequências que essas grandes perturbações podem trazer. Infelizmente, o nosso país passou por muitas dessas perturbações e respectivas consequências, no século XX.
O próximo ano, de 2017, sinalizará o 100º aniversário das revoluções de Fevereiro e de Outubro. É o momento oportuno para rever as causas e a natureza dessas revoluções na Rússia. Não deve ser feito apenas pelos historiadores e estudiosos; a sociedade russa, em geral, necessita fazer uma análise objectiva, honesta e profunda desses acontecimentos.
É a nossa História comum e precisamos tratá-la com respeito. Eis algo que o destacado filósofo russo e soviético, Alexei Losev, escreveu: "Conhecemos a estrada espinhosa que o nosso país percorreu", escreveu ele. "Conhecemos anos longos e cansativos de luta, de escassez e de sofrimento, mas para os filhos da nossa pátria, tudo isto é a sua herança nativa e inalienável".
Estou certo de que a maior parte do nosso povo tem precisamente esta atitude em relação à nossa terra natal e precisamos das lições da História, principalmente, para a reconciliação e para o reforço do entendimento social, político e civil que conseguimos alcançar.
É inaceitável arrastar, hoje, os rancores, a raiva e a amargura do passado para a nossa vida, e na busca dos nossos próprios interesses políticos e de outros, especular sobre tragédias que dizem respeito a praticamente todas as famílias da Rússia, não importa de que lado das barricadas estavam os nossos antepassados. Vamos recordar que somos um só povo, um povo unido, e que temos apenas uma Rússia.
Colegas, a base de toda a nossa política é cuidar das pessoas e aumentar o capital humano como sendo o recurso mais importante da Rússia. Por conseguinte, os nossos esforços visam apoiar os valores tradicionais e a família, implementar programas demográficos, melhorar o ambiente e a saúde das pessoas e promover a educação e a cultura.
Compreendem, não posso deixar de dizer algumas palavras sobre o que na realidade está a acontecer, sobre o que temos e o que conseguimos. O crescimento natural da população continua.
Em 2013 - os demógrafos aplicam o termo taxa de fertilidade - era de 1.7 na Rússia, que é maior do que na maioria dos países europeus. Por exemplo, em Portugal a taxa de fertilidade é de 1.2, em Espanha e na Grécia é de 1.3, na Áustria, Alemanha e Itália é 1.4 e 1.5 na República Checa. Estes são os valores obtidos em 2013. Em 2015, a taxa de fertilidade total será ainda maior na Rússia – 1.78 - o aumento é ligeiro, mas ainda  assim, é um aumento.
Continuaremos a introduzir mudanças na esfera social para que o sistema vá de encontro a mais expectativas e necessidades das pessoas e se torne mais moderno e justo. As esferas sociais devem atrair profissionais qualificados e jovens talentosos. Por essa razão é que estamos a aumentar os salários dos especialistas e a melhorar as suas condições de trabalho.
Deixem-me observar que a taxa de competição para se inscreverem nas universidades médicas e de formação de professores, cresce de forma constante (enquanto não há muito tempo  pairava em cerca de zero). Em 2016, era de 7.8 pessoas para as profissões docentes e após a matrícula de 2016 a competição geral para as candidaturas financiadas pelo Estado atingia quase 28 pedidos por cada vaga. Deus conceda a todos os jovens especialistas, boa saúde e sucesso nas suas futuras actividades.
Recordo-me bem de como os meus colegas e eu, discutimos projectos de assistência médica de alta tecnologia e redes de centros perinatais, que nos faltavam naquela época. Em 2018, a Rússia terá 94 desses centros.
Hoje os nossos médicos salvam recém-nascidos nos casos mais complicados. Também alcançamos o nível dos países avançados nestes indicadores.
Em 2015, os indicadores de mortalidade infantil da Rússia eram de 6,5 por 1.000 nado vivos, enquanto na Região Europeia da Organização Mundial da Saúde eram de 6.6; Isto significa que o nosso [indicador] foi ligeiramente melhor. Após 10 meses, em 2016, a Rússia atingiu o nível de 5.9.
Na última década, o número dos serviços médicos de alta tecnologia aumentou num factor de 15. Centenas de milhares de operações complexas são realizadas não apenas nos hospitais principais dos centros federais, mas também nos hospitais regionais. Quando lançamos o programa, em 2015, 60.000 pessoas na Rússia receberam assistência médica de alta tecnologia; em 2016, o número será de 900.000. Também é essencial avançar. Ainda assim, comparem: 60.000 e 900.000. Existe uma certa diferença.
No próximo ano, teremos de introduzir mecanismos para assegurar um financiamento estável para a assistência de alta tecnologia. Fará com que seja possível torná-la ainda mais acessível e reduzir o tempo de espera das operações.
Em resumo - e expondo este assunto sem rodeios - os problemas no sector da Saúde permanecem e ainda existem muitos deles. Estão relacionados principalmente com os Cuidados de Saúde Primários. Deve ser dada prioridade ao seu desenvolvimento.
Os pacientes são muitas vezes confrontados com filas de espera, com uma atitude superficial e de indiferença. Os médicos estão sobrecarregados e é difícil obter uma consulta com um especialista da área. O que acontece, frequentemente, é que as clínicas ambulatórias estão fornecidas com o equipamento mais moderno, mas os médicos especialistas não possuem as qualificações necessárias para usar esse equipamento.

A partir do próximo ano, serão organizados nos centros médicos federais e regionais, e nas universidades, programas regulares de actualização desses mesmos profissionais. Um especialista poderá obter um comprovativo de treino avançado e poderá escolher onde realizar o treino.
Presidential Address to the Federal Assembly.
A continuar...



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